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13 de maio de 2011

Momentos....


Invade-me uma cegueira, um olhar para dentro, insano, demente, avesso a mim mesma. É nevoeiro pacifico por fora, massacre interior que esconde tempestades de implacáveis agulhas afiadas.
Refugio-me entre a dor e o prazer que se adentra na pele. Intensidade de sentir, de chorar, de viver na fronteira de tudo o resto. Incompletos tempos perdidos, misto de madrugadas infindáveis em dias que morreram antes de vividos. Intermitente mistura de manhãs de sol com longas noites de insônia apertada. São vendavais de sensações que me fustigam a doçura da alma. Curam-me, adoecem-me. Adoecem-me e curam-me. Não será incerteza o nome deste frio que me chega aos ossos. Não será contentamento o sorriso que escondo no lado de dentro dos lábios. A dúvida não me veste, nem sequer é o apelido que assino.
Serei eu mesma, sem véus, toda a metáfora criada por detrás da paisagem de mil cores que sou, ora em pinceladas tênues e delicadas, ora em pinceladas firmes e dolorosas de outras tantas mil cores por inventar...
Pinto-me quente, ardente pôr do Sol de Agosto e sinto-me furacão sem tocar o horizonte. Pinto-me fria, fresca água translúcida, sinto-me fogo espesso, envolvente e avassalador. Pinto-me eu e sou apenas eu... Um pouco mais do que me pinto, um pouco menos do que me vejo...
Não é incerteza, esta fina fronteira de emoções que derrubo num simples suspiro!
Ah...! Atrevia-me a chamar-lhe medo se coragem fosse o meu nome, mas não é...!
Desconheço-me no encontro. Desencontro-me no que conheço. Emano trovoada, chuva torrencial de pensamentos por apagar. Desenrolo-me e enleio-me em mim mesma, leio-me novelo de alma com tantos começos e tantos fins como gotículas minúsculas e acutilantes tem o nevoeiro pacífico onde enganosamente me refugio... As impiedosas e certeiras agulhas são as minhas contradições mais-que-perfeitas conjugadas no gerúndio caos que me faz ser mais eu, cada vez mais longe, cada vez mais perto de uma meta sem hora marcada para chegar.

 

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